Há algum tempo a aveia é destaque entre os cereais por trazer muitos benefícios à saúde. Além disso, sua versatilidade no preparo dos mais diversos pratos, chama atenção! Ela está disponível no mercado em várias versões: flocos, flocos finos, farinha e farelo. E é exatamente pela variedade que surgem muitas dúvidas a respeito do alimento: será que todos os tipos de aveia oferecem os mesmos benefícios à saúde?
Transformação da aveia e seus micronutrientes
A maior parte dos processos de transformação da aveia mantém intactos seus micronutrientes: cálcio, ferro, zinco, manganês, potássio, além das vitaminas do complexo B, tais como B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B6 e ácido fólico (B9). Normalmente no processo o grão passa por tratamento térmico e então moído.
No entanto, algumas pequenas mudanças no processamento dos grãos fazem com que o farelo tenha vantagens nutricionais, que acaba conservando mais fibras e menos carboidratos. “Na obtenção do farelo, as partes moídas da aveia são peneiradas e a fração mais grossa que resulta é nesse item”, afirma Melícia Galdeano, farmacêutica-bioquímica, mestre e doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), e pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Entre as fibras da aveia destaca-se uma, chamada betaglucana, um tipo solúvel, capaz de absorver muita água, e o farelo chega a ter o dobro dela em comparação a outras. Ela é a responsável pela maior parte dos benefícios atribuídos ao grão, como o fato se seu consumo manter a saciedade por mais tempo. Diversos estudos já confirmaram que esse tipo de fibra presente na aveia também auxilia no controle do colesterol e nos níveis da glicemia sanguínea. Portanto, podemos considerar que o farelo é tipo de aveia com mais vantagens nutricionais.
Outros tipos de aveia
Para a fabricação da aveia em flocos como vemos no mercado, os grãos passam por um tratamento térmico e então cortados e, dependendo do tamanho separados para originar os flocos grossos e finos. Depois o produto passa por laminadores, para que sejam prensados e fiquem achatados da forma como se comercializa. “Nesse processo de prensagem, preservam-se todas os macros e micronutrientes, além das proteínas de boa qualidade e, claro, suas fibras”, afirma Galdeano.
Já a farinha de aveia é obtida a partir da moagem dos grãos inteiros descascados. Assim como os flocos, ela vai sofrer um tratamento térmico e depois é moída e segue para o envase. De acordo com os especialistas, ela contém os mesmo nutrientes encontrados nos grãos e nos flocos de aveia, só que em menor concentração, já que ela perde parte das fibras e a concentração dos micronutrientes durante o processo.
Qual é a melhor?
Para os especialistas e pesquisadores, o farelo é mais vantajoso pois durante esse processo de moagem e peneiramento, ele descarta a maior a quantidade de carboidratos, em especial açúcares livres e amidos e acaba apresentando mais fibras, contribuindo para seu índice glicêmico. Isso o torna preferido pelas pessoas que passam por dieta de redução de peso. Além disso, um dos seus grandes atrativos é manter a saciedade por mais tempo. Ele também é recomendado para quem precisa de um maior controle do colesterol, da glicemia e da pressão arterial.
A aveia em flocos vem na segunda ordem de preferência, pois também é um alimento de baixo índice glicêmico, como o farelo. Ou seja, os carboidratos presentes no alimento são absorvidos de forma mais lenta pelo organismo. O seu processo de fabricação preserva tanto as fibras, como as vitaminas e minerais. E é recomendado para o controle e prevenção de doenças, como o farelo de aveia, com a vantagem de ter um preço menor.
E quanto devemos consumir? De acordo com as agências regulatórias, é necessário consumir 60 gramas de aveia por dia, para alcançar todos os seus benefícios. Portanto, quanto mais possibilidades de inclui-la em receitas, maior será o seu consumo.
Referências: uol.com.br/vivabem