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Brasil na linha de frente da cura

Brasil na linha de frente da cura

O Brasil foi um dos países escolhidos para testar a eficácia da vacina produzida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, publicou na noite desta terça-feira (02/06) a autorização para realização do estudo clínico no país. A vacina poderá trazer lições importantes sobre a natureza do novo coronavírus. Entenda o caso.

Por que o Brasil?

Uma fonte brasileira que atua na Universidade de Oxford explicou ao Radar os motivos que levaram os pesquisadores a escolherem o Brasil como zona de teste.

A escolha não é um motivo que nos orgulhe, como explica a fonte ouvida pelo Radar: “Somos as cobaias perfeitas, já que aqui (no Brasil) não tem manejo da pandemia. Alta taxa de transmissão é fundamental para conseguirem testar a eficácia da vacina”

O Brasil será o primeiro país “de fora” a testar a vacina contra o novo coronavírus.

Testes em andamento no Reino Unido

Com a otimista previsão de ficar pronta em 2020, a vacina ofereceu proteção em pequeno estudo com seis macacos, resultando no início de testes em humanos no final de abril na Inglaterra.

A vacina já está sendo aplicada em 10 mil voluntários no Reino Unido, mas há uma dificuldade em provar sua eficácia. Os cientistas dependem da continuidade da circulação do vírus entre a população para que os voluntários sejam expostos ao Sars-Cov-2.

Fases da vacina

Essa vacina foi a primeira contra a Covid a chegar na fase 3. E para entendermos o porque essa vacina pode ser testada em humanos, precisamos antes entender o que cada fase da vacina significa.

  • Fase 1: Etapa de avaliação preliminar da eficácia da vacina, com poucos voluntários adultos monitorados de perto;
  • Fase 2: Após bons resultados na fase 1, são realizados testes em centenas de participantes. Esses testes indicarão informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma aleatória e são bem controlados;
  • Fase 3: Última fase, trata-se de um ensaio em larga escala, com milhares de indivíduos, que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia e segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário.

Dentre as vacinas em testes na fase clínica, algumas aparecem em estágio mais avançado, como a desenvolvida por Oxford, em fase 3.

Como será o teste no Brasil?

Apoiado pelo Ministério da Saúde, o estudo será conduzido pela Universidade Federal de São Paulo ainda neste mês e contará com dois mil participantes divididos entre São Paulo e Rio de Janeiro.

A etapa de testes brasileira contará com voluntários da linha de frente do combate à Covid-19, que são os mais expostos à contaminação. Além disso, é de suma importância que eles não tenham contraído a doença anteriormente. Lily Yin Weckx, pesquisadora principal do estudo, ressalta a importância dessa essa etapa ocorrer quando a curva epidemiológica é ascendente. Dessa forma, os resultados devem ser mais assertivos.

Precisamos ser pacientes

Há outros países cuja participação está em processo de análise e aprovação. Os resultados desses testes serão primordiais para o registro da vacina no Reino Unido, previsto para final deste ano. O registro formal, porém, deve acontecer apenas após a conclusão dos estudos realizados em todos os países participantes.

“Não é para pensar ‘a vacina está vindo aí’. Ainda estamos em fase de testes e a vacina tem muita chance de ser bem-sucedida. A ciência vai dar a resposta, mas por enquanto temos que manter o isolamento social”, disse a reitora da Unifesp, Soraya Soubhi Smaili.

Concluímos que cada vez mais a medicina está próxima de descobrir a cura, à medida que os estudos avançam, nossas esperanças aumentam. Apesar da evolução, é preciso que sejamos pacientes e que o isolamento social seja cumprido. Dessa forma, estaremos cada vez mais próximos do fim desse momento conturbado que estamos passando.

Referências: www1.folha.uol.com.br; olhardigital.com.br

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