Arthur Cabral descobriu que grupo de 20 alunos da Escola Estadual Deputado Oscar Carneiro, em Camaragibe, no Grande Recife, não tinha como acompanhar atividades. O Minuto Saúde e Bem-Estar não poderia deixar de exaltar a atitude desse professor que pedala mais de 7 quilômetros para ajudar alunos sem acesso a aulas on-line. Acompanhe essa história.
O que pensa Arthur sobre a educação?
“A educação tem que chegar em todo mundo. Quando terminei a graduação, sempre achei que eu estava aqui para ajudar meus alunos. Se 20, 10 ou mesmo um não tiver acesso ao ensino, não vou estar ajudando.” Diz Arthur
O professor, de 29 anos, que toda sexta-feira pedala mais de sete quilômetros para levar atividades a alunos que têm dificuldade de acesso à internet. Mestre em biologia, ele trabalha há três anos na Escola Estadual Deputado Oscar Carneiro, em Camaragibe, no Grande Recife.
Assim como todas as instituições de ensino de Pernambuco, a escola teve as aulas presenciais suspensas devido à pandemia da Covid-19. No entanto, o educador decidiu fazer de tudo para manter o ensino.
O por que da ideia?
A ideia surgiu após Arthur, que ensina ciências, notar que um grupo de 20 alunos participava menos ou até mesmo não seguia as aulas pela internet. Com a ajuda da gestão escolar, ele confirmou que o problema era estrutural e que os mesmos estudantes não tinham acesso a outras atividades promovidas pelos demais professores da escola.
Para amenizar esse problema, morador da Várzea, na Zona Oeste do Recife, Arthur percorre ao menos sete quilômetros para chegar à escola, que fica no bairro da Vila da Fábrica.
Na Escola Estadual Deputado Oscar Carneiro, Arthur dá aula a seis turmas do ensino fundamental, sendo três do sexto ano e outras três do sétimo. Os 20 estudantes que recebem a visita semanal do professor moram nos bairros de Vila da Fábrica, onde fica a instituição de ensino, Tabatinga e Aldeia de Baixo. As entregas de material didático são feitas sempre de bicicleta, pois alguns deles moram em locais de difícil acesso.
A atitude cativou outras pessoas
Um professor de educação física da escola em que ele trabalha decidiu, desde a última entrega, ajudá-lo na missão de levar o conhecimento aos alunos. Segundo Arthur, da primeira vez que chegou até as casas dos alunos, eles e os pais deles levaram um susto.
“Quando comecei o trabalho, eles não esperavam por isso, tanto os estudantes quanto os parentes. Ficaram ‘caramba, o professor aqui’. Quando chego na casa deles, sempre dou uma conferida se eles fizeram as atividades anteriores e deixo novas. Vários pais disseram que os filhos se alegraram em poder voltar a estudar, porque muitos deles não têm acesso à internet, ou têm, mas não têm celular compatível ou precisam dividir o aparelho com mais cinco irmãos, por exemplo”, disse.
Por semana, Arthur gasta, em média, R$ 100 para imprimir as atividades levadas aos estudantes. No começo, o valor era retirado inteiramente do próprio bolso, mas, com o tempo, uma rede de solidariedade se formou para garantir a educação de quem mais precisava.
“Eu contei a história ao dono de uma gráfica, aí o rapaz me deu um desconto bom, e alguns amigos doam folhas de papel, ou me dão um valor em dinheiro para fazer a impressão. Você percebe que começa a se formar uma rede de ajuda. O valor varia do tamanho da atividade, mas é uma média de R$ 100, porque tem cópias de livros, às vezes. Por isso que a ajuda dos amigos tem grande importância”, afirmou.
Boas histórias nos inspiram
O Minuto Saúde e Bem-Estar se sensibiliza e parabeniza a atitude de pessoas que fazem a diferença como o Arthur. Além disso, essa história inspirou a UFERJ que em parceria com a CIU clínicas, decidiu ampliar por tempo indeterminado a primeira consulta odontológica gratuita. Não perca tempo, agende já!
Referências: g1.globo.com/pe/pernambuco