Sabemos que diante desse momento complicado, as informações que chegam nem sempre são boas, algumas são necessárias, outras nem tanto. Essas notícias impactam de forma direta nosso emocional. Como filtrar se estamos consumindo as informações na medida certa? Por que é importante se manter informado, mas não se jogar de cabeça em qualquer informação? As respostas para essas e outras dúvidas você encontra aqui.
Notícias em tempos de pandemia
A todo momento somos bombardeados de notícias que dividem espaço com debates sobre o que vem acontecendo, seja na televisão, na tela do telefone, até mesmo nossos cafés das manhãs e almoços. Mas essa enxurrada de informação nem sempre é benéfica. Claro que é importante e essencial nos mantermos inteirados, porém, nesse momento de isolamento, o excesso pode trazer como efeito colateral o medo.
Portais de notícias e emissoras de TV em todo o mundo viram um aumento expressivo da audiência em março, inclusive de jovens que evitavam o noticiário, quando o surto de Covid-19 se transformou em pandemia. À medida que a crise se arrasta, contudo, alguns vêm mudando de forma gradativa esse consumo.
Como a notícia vem nos afetando?
Psicólogos apontam que dois fenômenos vêm ocorrendo atualmente. O primeiro seria um sentimento de cansaço em relação às notícias relacionadas à pandemia, já que os efeitos são sentidos por muitos de nós, seja de forma direta ou indireta. Além disso, apesar da quantidade de conteúdos gerados, muitas perguntas importantes continuam sem reposta, como por exemplo, qual a duração da quarentena? Como serão nossas vidas quando tudo acabar?
Segundo o psicoterapeuta e porta voz do Conselho Britânico de Psicoterapia John-Paul Davies, a situação atual tem tido impacto negativo mesmo sobre aqueles que “geralmente dizem que estão bem”.
“Eu diria para as pessoas que é importante que elas tenham empatia também com elas mesmas, para entender seus conflitos e que não há problema em se sentir cansado de tudo ou frustrado de vez em quando”, diz ele.
O segundo fenômeno é que o ciclo intenso de notícias pode estar exacerbando a ansiedade ou a depressão daqueles que já têm histórico de distúrbios mentais e problemas emocionais.
“A ansiedade olha o que é possível de acontecer, foca nisso e o amplifica, em vez de focar no provável”, acrescenta Davies.
Controlar a ansiedade é possível?
Sendo o ser humano uma criatura social, ficar isolado pode ser bastante complicado, agravando a ansiedade e o estresse do momento. Por isso, manter contato com as pessoas queridas, como amigos e familiares, pode ser um bom caminho. “O isolamento é mais um estressor. Então sempre que possível, tente manter os vínculos ativos”, afirma o psiquiatra Rodrigo Leite, coordenador dos Ambulatórios do IPq da USP. As redes sociais também podem ajudar nessa tarefa, fazendo com que as pessoas consigam interagir sem estar fisicamente presentes.
Filtrando as notícias
Isso significa escolher alguns veículos de confiança para se informar e evitar compartilhar mensagens das quais você não sabe a procedência ou a fonte. “Do contrário, a nossa estabilidade emocional vai se abalar e vamos ficar com o juízo de valor comprometido”, alerta Dorli Kamkhagi, psicóloga e psicanalista do laboratório de neurociências do IPq do HC-FMUSP.
Vale também para aquele momento de angústia em que decidimos expor esse sentimento nas redes sociais. “Talvez seja melhor conversar com pessoas próximas, já que isso só vai aumentar o desespero do próximo”, opina a especialista.
Busque ajuda profissional
Como vimos acima, pessoas que já sofrem com transtornos mentais a exemplo de depressão, ansiedade e transtorno bipolar, tendem a experimentar o agravamento de sintomas nos próximos dias como falta de ar se estiverem vivenciando um ataque de pânico.
No caso de um diagnóstico parecido, é importante não sofrer sozinho e buscar ajuda com um médico ou psicólogo, avaliando a necessidade de um tratamento. Além disso, vale ressaltar que a UFERJ está aberta, seguindo rígidos protocolos de segurança para melhor atendê-lo. Maque sua consulta pelo link materiais.uferj.com.br/psicologia
Referências: uol.com.br/vivabem; bbc.com
Gostei muito deste texto, me ajudou muito!
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