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Azeite de oliva pode ajudar na prevenção de doenças cardíacas

Uma pesquisa recém publicada no periódico científico Journal of American College of Cardiology confirma os resultados de estudos anteriores: o azeite de oliva é uma opção saudável à mesa e traz benefícios ao sistema cardiovascular. Além disso, o trabalho analisou dados de homens e mulheres de 1990 a 2014 nos Estados Unidos. Entenda como o azeite de oliva pode ser benéfico.

Como aconteceu a pesquisa?

Foram analisados dados de 63.867 mulheres e 35.512 homens de 1990 a 2014 nos Estados Unidos. No início do levantamento, todos os participantes não apresentavam câncer, problemas cardíacos ou qualquer outra doença crônica. A cada quatro anos, eles respondiam questionários sobre dieta e estilo de vida.

Entre os que ingeriam mais do que meia colher de sopa de azeite por dia, o risco de ter qualquer mal cardiovascular foi 15% menor e, de doença arterial coronariana, quando há um estreitamento das artérias que irrigam o coração, 21% mais baixo. Além disso, quem substituiu uma colher de chá de manteiga, margarina, maionese ou outra gordura láctea pela mesma quantidade de óleo de oliva diminuiu a probabilidade de sofrer infarto em 5%.

Outros estudos já apresentavam o benefício

Trabalhos anteriores também apontavam o benefício. “Resultados do estudo PREDMED (Prevenção com Dieta Mediterrânea), o principal sobre esse tipo de dieta, demonstrou que o consumo de azeite extra virgem (40g/dia) reduziu a incidência de eventos cardiovasculares em 31% em comparação ao grupo que não consumiu o alimento”, diz o nutricionista João Motarelli, assessor científico do Departamento de Nutrição da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo). Quarenta gramas seriam cerca de 4 colheres de sopa diárias.

O segredo do óleo de oliva está no tipo de gordura presente nele. “Ele é rico em ácidos graxos insaturados, que favorecem a saúde cardiovascular por exercerem influência na quantidade e tamanho das partículas de colesterol no organismo”, fala Motarelli.

O que diferencia o azeite de alimentos similares?

Já outros alimentos, como a manteiga, têm na sua composição maior quantidade de gorduras saturadas, que são na sua maioria de origem animal. “Elas aumentam a concentração de LDL no sangue”, explica a nutricionista Ana Maria Pita Lottenberg, coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição nas Doenças Crônicas da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.

O LDL, ou lipoproteína de baixa densidade, é uma partícula que tem a função de transportar cerca de 2/3 do colesterol no sangue. “Em excesso, ele se deposita na parede das artérias”, explica a especialista. Ou seja, causa os ateromas, as famosas placas gordurosas que podem obstruir a circulação e levar ao infarto.

Em maior quantidade, o LDL, também chamado colesterol ruim, se oxida mais facilmente e, por esse motivo, não é recapturado pelo fígado. “A gordura saturada reduz os receptores de LDL no órgão”, detalha a nutricionista. Daí seu acréscimo na circulação. Ele acaba sendo captado na artéria por uma célula de defesa, o macrófago, o que contribui para o desenvolvimento do ateroma e o surgimento de um processo inflamatório na região.

Já as gorduras insaturadas, como as do azeite de oliva, atuam de outra forma e não estão por trás da subida das taxas de colesterol. Além disso, o azeite de oliva tem compostos fenólicos, que funcionam como antioxidantes, impedindo, portanto, que o LDL passe por oxidação. Sem contar que suas gorduras podem também ter ação anti-inflamatória em outros locais, sobretudo no tecido adiposo.

Cuidado com os exageros no azeite

Mas é preciso ficar de olho para não exagerar. “O melhor óleo é o que se usa em quantidades adequadas”, recomenda a nutricionista Ana Maria, que também é do Laboratório de Lípides da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A alimentação precisa ser equilibrada, com frutas, verduras, legumes, grãos e carnes magras. De nada adianta colocar uma colher de azeite de oliva na salada se o menu ao longo do dia contiver salgadinhos, bolachas recheadas e doces ricos em gorduras. Segundo a nutricionista, muitos desses alimentos ainda levam na composição a banida gordura trans, que eleva o LDL e reduz o HDL, um amigo do coração.

Dicas para usar o azeite de forma benéfica

Tire o melhor proveito do azeite de oliva

Como deve ser consumido?

“A melhor forma é consumir este alimento cru, ou seja, temperando a salada, ou por meio de um aperitivo e até mesmo como acompanhamento de um queijo”, diz o nutricionista João Motarelli.

Quanto ingerir?

Isso deve ser ajustado de acordo com a alimentação de cada pessoa. “A recomendação é que a quantidade de energia proveniente de gorduras fique em aproximadamente 30% do valor energético total para indivíduos saudáveis”, fala Motarelli. Um profissional de nutrição é o mais indicado para orientá-lo nesse caso.

Ele perde suas propriedades se for usado em frituras?

Caso o óleo seja submetido à temperatura extremamente alta, levando à geração de fumaça, pode ter alterada a sua composição, reduzindo seus benefícios.

Melhor maneira de ser armazenado

Para conservá-lo, o ideal é mantê-lo longe de fontes de calor e de luz, uma vez que esses dois fatores podem modificá-lo. As embalagens atuais recebem filtros contra a luz solar que contribuem para a melhor preservação do óleo.

Qual é o melhor tipo de azeite de oliva?

O extra virgem fornece maior quantidade de compostos ativos, menor acidez e sabor mais intenso.

Agora já sabemos os benefícios que o azeite nos traz, mas precisamos ter moderação no seu uso, como explica o texto. Portanto, desfrutem de refeições saudáveis com as dicas acima, caso conheçam algumas receitas que use o azeite de forma saudável, nos conte nos comentários.

Referências: www.uol.com.br/vivabem

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