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As pessoas que necessitam de transfusão de sangue contam com a sua solidariedade: essa é a única forma de obter hemocomponentes para o tratamento desses pacientes. Doar sangue é rápido e simples, mas que pode salvar muitas vidas. A doação é voluntária, anônima, não-remunerada e não oferece riscos à saúde do doador.

O sangue coletado passa por uma bateria de exames sorológicos e imunológicos antes de ser considerado apto para o uso. Esses exames são realizados com a amostra de sangue coletada antes da doação, e não com o sangue da bolsa. Os exames feitos após a coleta também permitem identificar o grupo sanguíneo (A; B; AB; ou O) e o fator Rh (positivo ou negativo).

Separamos as principais dúvidas e curiosidades sobre a doação de sangue. Confira:

1 – É verdade que 1 bolsa de sangue pode salvar até 4 vidas?

Sim. Após a coleta, os componentes do sangue, chamados hemocomponentes, são separados por um processo de centrifugação. O processo de separação divide o sangue em quatro partes: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado. Cada um deles tem uma função específica junto ao organismo humano. Desse modo, uma única bolsa de sangue pode ser utilizada por até quatro pacientes, a depender das necessidades de cada um.

2 – O que é a janela imunológica e como ela interfere no processo de doação?

Quando o possível doador chega ao local de doação, o primeiro passo é o cadastro, para o qual é necessário documento oficial com foto. Posteriormente, ele será encaminhado para um processo de triagem, em que serão realizados exames rápidos e necessários para entender sua condição física: a pressão arterial é medida, o peso e a altura são verificados, e as taxas de hemoglobina são conferidas. Esse processo ajuda, por exemplo, a verificar se o possível doador não está com princípio de anemia, o que impede a doação. 

Após essa etapa, ele é encaminhado para a triagem clínica, que consiste em uma entrevista com um especialista capacitado. A pessoa fornece informações acerca de hábitos e atitudes que podem impactar o processo de doação que irão designar se ele está apto ou não a ser um doador. 

janela imunológica trata-se do período em que infecções permanecem incubadas, e que podem ou não ser detectadas nos exames realizados com o sangue coletado. Após o processo de triagem, se o doador for considerado apto a realizar a doação, ele irá para a coleta, que dura em torno de 15 minutos.

3 – Quais os requisitos para doar?

Para ser um doador, a pessoa interessada precisa ter entre 16 e 69 anos. Menores de 18 anos podem doar apenas com o consentimento dos responsáveis e pessoas com idade acima de 60 anos só podem doar caso já tenham realizado alguma doação de sangue antes de completarem 60 anos;

É preciso que a pessoa pese no mínimo 50 quilos;

É necessário que a pessoa tenha tido no mínimo seis horas de sono nas últimas 24 horas;

4 – Quais os cuidados que o doador deve ter antes, durante e após o processo de doação?

O processo que antecede a doação do sangue envolve o cuidado com a alimentação, ao evitar alimentos gordurosos e prezar por uma boa hidratação. É indicado que o doador tenha uma boa noite de sono, além de cuidados essenciais como evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e não fumar. Vale destacar que, quanto mais hidratado o doador estiver, mais fácil será a coleta. 

Durante o processo, enquanto ainda está no local da doação, é importante que ele se alimente com o lanche disponibilizado e também permaneça no espaço por cerca de 15 minutos, a fim de confirmar se está em boas condições para deixar o ambiente. Durante o restante do dia, é indicado que o doador descanse, mantenha uma alimentação saudável, beba bastante água e não faça esforço físico.

5 – Qual o tempo indicado entre as doações?

Para homens, o tempo indicado é de dois meses, com um limite de quatro doações por ano. Já para as mulheres, o tempo indicado é de três meses, com um limite de três doações anuais. Essa diferenciação ocorre por conta da reposição de ferro no organismo. Para pessoas que menstruam, a reposição não é constante, devido à perda mensal de sangue ocasionada pela menstruação.

6 – O que impede a doação de sangue por um determinado período?

A doação de sangue é impedida temporariamente em casos de realização de determinadas cirurgias, caso o doador esteja com febre, com sintomas de gripe, de resfriado ou de diarreia. Nesses casos, a doação é possível sete dias após o desaparecimento dos sintomas. Para o caso de amamentação, deve-se aguardar 12 meses após o parto.

Outros comportamentos ou fatores (como o uso de determinados medicamentos, por exemplo) que podem impedir a doação por um determinado período podem ser consultados junto a profissionais da saúde, que irão se inteirar das especificidades de cada caso.

7 – O que impede a doação de sangue para sempre?

  • Ter passado por um quadro de hepatite depois dos 11 anos de idade. Nos casos em que a doença ocorreu antes dessa idade, há grande probabilidade de ter sido hepatite do tipo A, que não deixa sequelas nem partículas virais no sangue e, portanto, não é um impedimento para a doação.
  • Ter desenvolvido malária do tipo Plasmodium Malariae. Caso a pessoa tenha desenvolvido algum dos outros tipos da doença, poderá doar depois de respeitado o tempo para recuperação;
  • Fazer uso de drogas ilícitas injetáveis como heroína e cocaína;
  • Ter evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmitidas pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS, doenças associadas aos vírus HTLV (causa doenças neurológicas graves e degenerativas e doenças hematológicas, como a leucemia) e Doença de Chagas;
  • Ter desenvolvido algum tipo de câncer durante a vida. Apenas dois tipos de tumores, após curados, permitem a doação de sangue – carcinoma basocelular de pele e carcinoma de cérvix de colo de útero;
  • Problemas de coagulação.

8 – Tatuagens e piercings impedem a doação?

Tatuagens e piercings demandam uma espera de um ano para que a pessoa volte a ser apta a doar. No entanto, esse período pode ser reduzido para seis meses caso o ambiente em que a pessoa fez a tatuagem ou colocou o piercing tenha a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Caso o piercing seja colocado em regiões mucosas (boca ou genitália), a doação de sangue só pode ser efetuada 12 meses após a retirada do objeto. Essa restrição se deve ao fato de esses locais oferecerem constantes condições de infecções, uma vez que estão mais expostos à contaminação.

9 – Tive Covid-19, posso doar?

Sim! Atualmente, aconselha-se que a doação seja feita depois do período de dez dias após o término do período de isolamento. Anteriormente, era indicado que os doadores respeitassem um período de dez dias após o término dos sintomas, mas, devido ao aumento da cobertura vacinal e formas mais leves de desenvolvimento da doença, é possível que o doador não tenha sintomas, o que levou a mudanças na indicação de cuidados. 

10 – Tomar vacinas influencia na doação de sangue?

Sim. Diferentes vacinas têm diferentes períodos de espera para realizar a doação. Na vacina da gripe, é de 48 horas. Já a vacina contra a febre amarela demanda uma espera de 30 dias.

No caso das vacinas contra a Covid-19, o tempo de espera também depende do laboratório fabricante da vacina. Para quem tomou Coronavac, o tempo de espera é de 48 horas após a aplicação, mas para aqueles que foram vacinados com AstraZeneca, Pfizer-BioNTech e Janssen, o tempo de espera é de sete dias.

11 – Quais os benefícios de ser um doador?

O ato de doar sangue, além de ajudar outras pessoas, também fornece alguns benefícios sociais para o doador. Esses variam de região para região, mas englobam meia-entrada em cinemas, shows, bares, além de isenção na taxa de pagamento de inscrições em concursos públicos. 

Além disso, o inciso IV do artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também institui que o doador pode se ausentar do trabalho durante um dia para realizar a doação, mediante comprovação do ato. Essa ausência não acarreta em prejuízo salarial e pode ser feita uma vez por ano.

Doe sangue e ajude a salvar vidas!

 

Fonte: UFSM

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