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As Soluções Criativas dos Motoristas de App

As Soluções Criativas dos Motoristas de App

Motoristas de aplicativos vêm sofrendo com a falta de passageiros devido ao isolamento social. Mas isso não impediu alguns deles de encontrarem soluções criativas a fim de diminuir os efeitos colaterais da Covid-19 em suas respectivas rendas. Em conversa com a BBC News Brasil, motoristas que trabalham em São Paulo e Rio de Janeiro contam como fizeram para continuar levando dinheiro para casa. O Minuto Saúde e Bem-Estar, te conta como foi essa conversa.

Passageiros ou chocolate?

A motorista Cristiane Gomes da Silva, de 42 anos, conta que desativou os aplicativos no inicio da quarentena. Com a diminuição da demanda, ela decidiu produzir ovos de Páscoa. A ideia teve um sucesso tão grande que ela, além de repetir no dia das mães, já está com a produção a todo vapor para o dia dos namorados.

“Eu tinha uma meta diária de arrecadar R$ 300 como motorista de aplicativo. Mas nos últimos dias antes do isolamento, eu trabalhava 12 horas e só conseguia fazer R$ 80. É desesperador. Fazendo ovos, eu cheguei a faturar cinco vezes mais do que se eu estivesse fazendo Uber na crise”, afirmou Cristiane.

O carro, que antes levava os passageiros, agora é usado para entregar as encomendas. Além disso, Cristiane diz que com o sucesso inesperado das vendas, ela já planeja dar continuidade à atividade com doces mesmo após a pandemia.

“Há cinco anos, eu tinha feito ovos e tinha dado certo. Neste ano, eu vendi mais do que eu esperava. Muita gente não gosta de cozinhar, então eu inclusive estou pensando em fazer outras sobremesas e assim também fico protegida em casa”, afirmou.

Sedans perdem espaço para utilitários

Davi Oliveira, de 38 anos, resolveu mudar de área após notar seus rendimentos caindo consideravelmente com a chegada da pandemia. Há um mês e meio ele alugou seu carro para um amigo e alugou para si uma Fiorino – veículo utilitário com um pequeno baú. Ao menos duas vezes por dia ele carrega o veículo com encomendas de supermercado e distribui na região onde mora.

“Eu era da categoria de luxo de um aplicativo e trabalhava com transporte executivo. Mas o número de viagens caiu 80%, então peguei uma Fiorino e fui fazer entregas por aplicativo. Meus ganhos são bons, mas ainda muito menores do que eu tinha anteriormente”, afirmou o motorista.

Ele conta que outros colegas de profissão também vêm deixando seu carro de lado para entregas para outros apps usando motos.

Vendendo máscaras

Eterivaldo Costa dos Santos, de 45 anos, mergulhador e técnico em elétrica, usava os aplicativos para completar a renda familiar. Mas diante da queda nas corridas, ele teve que pensar em outra estratégia.

Ele passava o dia tentando buscar uma solução para o problema e resolveu voltar com a empresa que havia criado há 5 anos, para personalizar e vender máscaras. O segredo foi o tema escolhido: todas as máscaras confeccionadas pela Tartaruguinha Artes possuem desenhos de mergulho.

“Era cômodo trabalhar por aplicativo. Mas eu tinha que encontrar uma solução e deu certo. Divulguei minhas máscaras em grupos de mergulhadores e bombou. Hoje, eu ganho o equivalente ao período pré-crise. Depois de fazer as entregas, eu ainda coloco o endereço da minha casa como destino na volta e ainda faço algumas corridas pelo aplicativo.”

Motoristas preferem os pets

José Carlos dos Santos Junior também conta que viagens com animais de estimação são bem mais lucrativas em relação aos passageiros por aplicativo. Enquanto o valor mínimo de uma viagem para levar passageiros é de R$ 6, para levar um cãozinho é de R$ 17.

“Os dias que mais têm viagem são sábado e domingo. Quando eu faço cinco viagens, ganho em média três vezes mais que na Uber. A maior parte das viagens são agendadas e no horário que eu coloco que estou disponível”, conta Júnior.

A plataforma PetDriver afirma que possui mais de 700 motoristas cadastrados — a maior parte são mulheres — que atendem 30 mil pessoas cadastradas nas regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo.

Durante a pandemia, eles dizem ter registrado um aumento de 35% das corridas para transportar pets.

Portanto, podemos concluir que o brasileiro vai se virando como pode, buscando em outras áreas o complemento de sua renda, levando para casa o sustento da sua família.

Referência: bbc.com/portuguese

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