Sabemos que essa quarentena não vai durar para sempre. O que ainda não sabemos é como será nossa rotina pós pandemia. Que cuidados devemos tomar? Erin Bromage, o imunologista e professor associado de biologia, em entrevista ao portal BBC, explicou como podemos reduzir os risco de contágio. Separamos alguns pontos importantes para você.
Onde a probabilidade de contágio é maior?
Segundo Bromage, a maioria das pessoas são infectadas em casa. Isso ocorre porque um membro da família transmite a outras pessoas por meio de um contato contínuo.
Mas voltando a rotina “normal”, estaríamos em perigo em nossa caminhada matinal? Uma pessoa imprudente correndo sem máscara vai me infectar? Provavelmente não, diz o professor.
“Ao ar livre, você tem diluição ilimitada” , disse ele à BBC. “Então você expira e isso se dissipa muito, muito rapidamente.” O que significa que é improvável que você seja exposto ao vírus por tempo suficiente para contraí-lo.
O que precisa acontecer, para que ocorra a infecção?
“Para se infectar, você precisa se expor a uma dose infecciosa do vírus; de acordo com estudos de doses infecciosas com MERS e SARS, alguns estimam que são necessárias apenas 1.000 partículas virais de SARS-CoV2 para que uma infecção ocorra ” , ele escreveu em seu blog.
O número é objeto de muito debate, devendo ser determinado por experimento, apesar de fornecer uma referência útil para demonstrar como a infecção pode ocorrer.
“Através de uma respiração, você inala 1.000 partículas virais … ou 100 partículas virais inaladas a cada respiração por 10 respirações, ou 10 partículas virais com 100 respirações. Cada uma dessas situações pode levar à infecção”, explicou.
Por isso, naqueles casos em que você passa pouco tempo com pessoas infectadas, numa corrida matinal por exemplo, é improvável que transmitam uma dose infecciosa a você.
Alguns ambientes profissionais são mais arriscados
Os dentistas não compõem grande parte da população, mas serão particularmente expostos ao risco. “É uma ocupação que cria muitos aerossóis, apenas por causa dos procedimentos que eles realizam, e eles realmente terão que pensar em seu local de trabalho para proteger principalmente seus funcionários”, diz ele.
“Porque não são eles que podem fazer o paciente ficar doente, mas o paciente que pode deixar os funcionários, os higienistas dentários, o dentista , ficarem doentes por causa da perfuração, sucção, todos os fluidos que estão por toda parte”.
Outro ambiente com alto risco de contágio é a sala de aula, segundo ele. “Existe uma população de professores mais velhos e professores com pessoas mais jovens em uma sala de aula de alta densidade. Muito será pensado em como tornar esses locais de trabalho seguros”.
Avaliando os riscos pós quarentena
De acordo com Bromage, em razão de algumas restrições serem removidas, precisamos avaliar criticamente nossas atividades em termos de risco. Caso você vá para ambientes fechados, será preciso considerar o volume do espaço, o número de pessoas que estarão por lá e quanto tempo vai precisar estar nesse ambiente.
Bromage explica:
“Caso esteja sentado em um espaço bem ventilado com poucas pessoas, o risco é baixo”, disse ele.
“Se você estiver em um escritório de plano aberto, realmente precisará avaliar criticamente os riscos. Se estiver em um trabalho que exija conversar pessoalmente ou, pior, gritar, será necessário avaliar os riscos. ”
Ao visitar um shopping center, “a baixa densidade e alto volume de ar da loja, juntamente com o tempo limitado que você passará lá, significa que a oportunidade [para um cliente] de receber uma dose infecciosa diminua”, conta o especialista. “Mas, para o funcionário da loja, o tempo prolongado gasto lá oferece uma oportunidade maior de receber a dose infecciosa”.
Portanto, mesmo pós quarentena, todo cuidado é pouco. De fato alguns hábitos serão mudados para sempre após esse período histórico de pandemia, mas não deve haver espaço para exageros. A vida continuará e esperamos que em breve tudo volte ao normal.
Referência:
Adorei a sua página. Muito bem explicada. Continuarei acompanhando.
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